Experimente ficar parado algum tempo em frente a uma rede de fast food, observando as pessoas. É, pessoas, que entram e saem de um restaurante desses, de praça de alimentação de shopping - que, aliás, só aumentam a cada dia. Você verá que a diversidade dos que freqüentam e devoram satisfeitos aqueles sanduíches é imensa.
O que se come é rigorosamente igual. E tudo que há nesses lugares é muito parecido. A forma de atendimento, as opções do cardápio - que volta e meia recebem um "lançamento" super divulgado, mas que na verdade nada mais são do que o mesmo pão com um molho que talvez tenha menos sal ou um toque a mais de pimenta. A clientela é o que confere um tom diferente ao local, pois é multifacetada e totalmente eclética, sem qualquer tipo de discriminação, até os vegetarianos aderiram, agora eles são reconhecidos e tidos como público que deve ser atendido. Os preços são iguais para quaquer um. Qualquer um mesmo. E isso já é mais do que suficiente para receber público bem diversificado.
Nesse ponto percebe-se que durante os 15 ou 20 minutos em que o alimento é consumido, um clima de comunhão total entre os freqüentadores do point se estabelece. Num passe de mágica, os portadores de bandeijinhas coloridas, que se fascinam com cada novidade vista em um "jornalzinho" de curiosidades que fica sob o alimento, e que se assentam em cedeirinhas acolchoadas, ficam subitamente calmos. Não se vê nenhuma disputa ou coisa parecida. A pressa ainda se vê afinal, isso já seria exigir muito de um pão com gergilim.
Uma expressão alegre aparece na feição daqueles que comem sozinhhos. Os acompanhados, que na maioria das vezes encaram a refeição (que se torna um evento) como programa e dos mais aguardados, se desmancham em diferentes sorrisos entre uma batata frita e outra. As criançase seus famosos brindes que a rede oferece se tornam público sempre garantido, sendo as grandes responsáveis pela transformação do ambiente em uma espécie de "sala de jantar", onde a família retoma os costumes de um passado não tão distante e faz a refeição unida. Quem trabalha no local, mesmo submetido a carga horária absurdamente carregada e sacrificante, é só alegira. Brincadeiras e bom-humor tomam o ambiente.
Acabaram-se as 'fritas', o copo de refrigerante secou e o sanduíche já foi devorado. Antes de sair, o sorvete é o último passo do ritual que se encerra, e, assim, a rara descontração de uma fast life termina.
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