quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Futuros Amantes - Chico

Não se afobe, não / Que nada é pra já / O amor não tem pressa / Ele pode esperar em silêncio / Num fundo de armário / Na posta-restante / Milênios, milênios / No ar / E quem sabe, então / O Rio será / Alguma cidade submersa / Os escafandristas virão / Explorar sua casa / Seu quarto, suas coisas / Sua alma, desvãos / Sábios em vão / Tentarão decifrar / O eco de antigas palavras / Fragmentos de cartas, poemas / Mentiras, retratos / Vestígios de estranha civilização / Não se afobe, não / Que nada é pra já / Amores serão sempre amáveis / Futuros amantes, quiçá / Se amarão sem saber / Com o amor que eu um dia / Deixei pra você

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

N

Algumas vezes, antes de adormecer - quando consigo -, travo uma pequena batalha com meus desejos, com minha condição de não ser crível aos olhos e impressões de quem mais importa. Tentando encontrar conforto, alento, em tudo que posso, me agarro a uma mão imaginaria, que na minha projeção, é a sua. Tem seus dedos longos e magros, seu cheiro, seus anéis, suas unhas afiadas. Iludido, posso descansar agora.