quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Futuros Amantes - Chico

Não se afobe, não / Que nada é pra já / O amor não tem pressa / Ele pode esperar em silêncio / Num fundo de armário / Na posta-restante / Milênios, milênios / No ar / E quem sabe, então / O Rio será / Alguma cidade submersa / Os escafandristas virão / Explorar sua casa / Seu quarto, suas coisas / Sua alma, desvãos / Sábios em vão / Tentarão decifrar / O eco de antigas palavras / Fragmentos de cartas, poemas / Mentiras, retratos / Vestígios de estranha civilização / Não se afobe, não / Que nada é pra já / Amores serão sempre amáveis / Futuros amantes, quiçá / Se amarão sem saber / Com o amor que eu um dia / Deixei pra você

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

N

Algumas vezes, antes de adormecer - quando consigo -, travo uma pequena batalha com meus desejos, com minha condição de não ser crível aos olhos e impressões de quem mais importa. Tentando encontrar conforto, alento, em tudo que posso, me agarro a uma mão imaginaria, que na minha projeção, é a sua. Tem seus dedos longos e magros, seu cheiro, seus anéis, suas unhas afiadas. Iludido, posso descansar agora.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Nossa Loucura


"Nossa loucura é a mais sensata das emoções; tudo o que fazemos deixamos como exemplo para os que sonham um dia serem assim como nós: Loucos. Mas felizes"


Mario Quintana

sábado, 26 de novembro de 2011

Um


Há mais de sete bilhões de pessoas neste planeta. Cada uma diferente, única. Quais são as chances disto? E por que? É a simples biologia, fisiologia que determina essa diversidade? Uma coleção de pensamentos, memórias, experiências que entalham nosso próprio lugar especial? Ou é algo mais que isso? Talvez exista um plano maior, que dirija a aleatoriedade da criação, algo misterioso que reside na alma e apresenta a cada um de nós um conjunto de desafios, que vão nos ajudar a descobrir quem realmente somos.

E se essa linha invisível que nos une arrebentasse, se rompesse? Então, o que seria de bilhões de almas solitárias e desconectadas? É aí que se encontra a grande busca de nossas vidas. Encontrar, se conectar e persistir. Porque quando nossos corações são puros e nossos pensamentos estão ordenados, somos capazes de raparar nosso mundo frágil e criar um universo de inúmeras possibilidades. Somos todos, verdadeiramente, um.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

(...)

Pois bem, já aprendi que as coisas são assim, que vez ou outra é melhor aceitar sem reagir, sem insistir, sem brigar, sem fazer o que faço.

Mas, mesmo já ciente persisto, persevero, reluto. Tolice?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fenômeno


Quando a lua passa entre o sol e a Terra, uma estranha fascinação toma o coração.

E, derrepente qualquer coisa é possível.

Seu poder é inegável. Sua beleza hipnotizante. Seu fascínio bíblico. Seu significado ininteligível.

Então rapidamente quanto chega desaparece. Nos deixando ponderar sobre a nossa insignificância diante de Deus.

Começa com a luz e termina com a luz. E no meio há a escuridão.

Nada está além da esperança; nada que juremos ser impossível, nada que não tenha sido imaginado já que Zeus - o pai dos Olímpianos - fez do meio-dia a noite. Escondendo a luz do sol brilhante e lançado o medo sombrio sobre os homens.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Difícil é encontrar a certeza. Se a todo momento contrario-me, nego o que acabo de afirmar, torno-me adepto ao que repudiava, finjo que o que vivo é verdade, acredito no que acho mentira e transformo em vida o que inventei. Como ter certeza?

Em meio a oposições intermitentes de ideias e pensamentos descubro-me como ser de contrariedades, em todas as coisas. Rapartido entre o pensar e o sentir, entre a razão e a natureza.

De tanto perseguir as verdades, que insistem em não ser encontradas, fico com as mentiras. Só possuo a mentira; pois não sou capaz de ignorar a dúvida que questiona minhas novas e antigas crenças. A parte que põe em dúvida a minha verdade, na qual havia me agarrado, não permite que eu a apreenda, e assim passo a recriar meus conceitos, crenças e opiniões.

Sem ter segurança naquilo que tenho presente procuro o ausente, imaginando que isso me salve, e assim me ofereça a certeza que será imune á oposições, que não terá lacunas recheadas de dúvidas, para que dessa maneira meu coração e minha mente sintam-se seguros; pois finalmente tenho algo em que areditar, algo que traga consigo sentido a todo o resto.

Em nada encontrando certeza descobri o que pode me propiciar isso, a fé.

Por duvidar e questionar tudo, encontro o que pode ser inquestionável. Não coloco razões, limitações, ou barreiras na fé; por ser aquilo no qual eu acredito sem ver ou tocar não carrego com dúvidas essa confiança que resiste intacta, mesmo à revelia de tantas contrariedades próprias do ser inconstante que sou.