terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Escrever

Que dificuldade para começar a escrever!

Será isso exclusividade minha? Não sei ao certo o que acontece, mil coisas aparecem do nada atarefando esse momento, colocando por terra tudo aquilo que se apresentava para ser exposto. Torna-se engraçado e desesperador ao mesmo tempo.

Milhões de idéias à todo momento me atormentam pedindo para serem escritas. Palavras se oferecem e entregam-se a mim, apetecem minha mente e meus sentidos, colocam-me contra a parede e pressionam-me para simplesmente escrevê-las. Como se fosse fácil. Eu tento cumprir o que me é designado (traduzir idéias em palavras) porém nunca pensei que uma coisa aparentemente tão simples fosse me trazer tanta dificuldade.

Fico inquieto, meus dedos que se mostravam desesperados para agir atrofiam, se fumasse certamente um maço já teria sido consumido com a mesma velocidade que todo o líquido que apareceu até agora foi, os olhos piscam freneticamente, tiques e manias que nem ao mesmo sabia que tinha se apresentam a mim; preciso de algo que me distraia; ligo a televisão, não funciona! Ligo o rádio, em nada influência, mas me agrada, gosto de música, me acalma, e não tenho medo de perder idéias com ele ligado, dependendo da música até me ajuda a escolher algumas palavras; a ansiedade prossegue, as idéias outrora tão claras embaralham-se, as palavras que pareciam encaixar-se como luvas nas frases agora se tornam inadequadas, outras são esquecidas, perdidas. Me pergunto então... Idéias, palavras, frases e até mesmo sentimentos podem ser esquecidos assim? Ou a dificuldade é traduzir para as palavras o que sinto? Até mesmo um texto que serve para ilustrar a dificuldade de alguém ao escrever se torna difícil de ser completado. As palavras mais uma vez parecem lisas, escorregadias e se deixam perder facilmente.

Que coisa!!! Isso traz um nervoso que apesar de tudo já se tornou familiar, um nervosismo que tem gosto já experimentado antes. Tem gosto de ansiedade, de pressa.

Finalmente as primeiras palavras saem, e com uma rapidez surpreendente são apagadas. O desespero começa mais uma vez.
Afinal, a escolha das palavras mais uma vez não foi satisfatória.

Acho sinceramente que é mais difícil agradar a mim mesmo do que as outras pessoas, que por ventura leiam algo escrito por mim, mas ao mesmo tempo penso, se nem ao menos me agradam como podem agradar a um outro? Decisão tomada! Primeiro, me agradar e depois pensar se alguém vai gostar ao não.

É. Sinto que descobri exatamente como quero escrever. Agradando a mim! Quem sabe alguém não tenha gosto parecido?... Agora sei como quero escrever. E mesmo assim me sinto da mesma forma. Que dilema terrível! Entretanto, sei que isso é o que me atrai, é o que me faz gostar tanto de escrever: “Me sentir livre escrevendo e sem saber onde meus pensamentos vão me levar”, pois esse texto mesmo eu nem sabia que iria escrever, afinal, tudo isso não passou de uma previa ansiosa, um prelúdio de algo que tenho a escrever e não sei exatamente como.

2 comentários:

  1. Eu adorei! Parabéns, Filip! Sucesso, meu querido!

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  2. Nossa q orgulho de vc meu amigo!!!q Deus continue te abençoando grandemente!!q esse talento q Ele te deu....multiplique cada dia mais...faço das palavras da Cibele as minhas:SUCESSO!!!

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