Mais um fim de ano se aproxima e, assim como em tantos outros, as famosas confraternizações tomam espaço em meio aos festejos caracteristicos dessa época.
O popular amigo secreto ou amigo oculto é cada vez maiz freqüente em diversos ambientes, e tem adesão dos mais variados tipos de pessoa. Modalidades para a brincadeira surgiram com o passar do tempo - o 'amigo chocolate', que se tornou corriqueiro na Páscoa, e o 'amigo da onça', para os mais engraçadinhos, são apenas alguns dos muitos exemplos.
A idéia surge assim, de repente - como uma daquelas chuvas que caem subitamente e nos pega de surpresa na volta para casa -, e rapidamente a lista com os nomes para a famigerada entrega de presentes está repleta. Os convites são feitos e só brinca quem quer (claro que quem faz parte da minha turma não pode ficar fora). Lista feita, o passo seguinte é a correspondência entre os participantes que, segundo todos os organizadores, "visa facilitar a comunicação". Logo após, estipula-se o valor mínimo do presente, e esse é o momento em que a discórdia começa. No final, a maioria acaba comprando o que quer e poucos se importam com o valor combinado.
Os nomes de todos os participantes estão devidamente perfilados e agora serão sorteados. Raramente existe satisfação em saber quem será o seu presenteado. O mais comum é observar a feição de surpresa, contestação eaté desânimo com o tal 'amigo'. Em decorrência com o descontentamento com o sorteado, algumas alternativas 'ilícitas' tornam-se solução quando não se quer presentear aquele ou aquela - afinal, como posso presentear aquele cidadão se nem ao menos gosto dele? Trocar o nome que acaba de ser tirado vira a medida exata para que essa terrível tarefa não precise ser realizada.
Tudo acontece como o previsto. Cada um tem seu par para presentear, as corrêspondecias são trocadas, e todos já sabem exatamente o que seu 'amigo' quer de presente de fim de ano. A seu modo, cada um fez as compras. Alguns com absurda antecedência, outros simplesmente dentro do prazo, mas sempre há quem deixe para o ultímo momento e até se atrase para a festinha de confraternização.
A entrega dos presentes tem início. Os discursos são tão sinceros que o momento se torna constrangedor. Elogios sobre o companheirismo, a inteligência, a elelegância, a simpatia entre outras qualidades, são proferidos aos 'amigos'. Abraços e beijos são trocados e demosntrações que normalmente não são vistas no dia-a-dia saltam aos olhos de todos. Os mais bem sicedidos ganham o que queriam, outros não recebem exatamente o que era desejado. Porém, de forma alguma perde-se o brilho de dividir aquele momento com pessoas 'tão queridas'.
Entre bebidas e petiscos, mais uma festa de fim de ano termina. E todos que se confraternizaram, trocaram presentes e elogios voltam a sua rotina normal. Não gostando das mesmas pessoas que não gostavam, fazendo os mesmos pré-julgamentos que sempre fizeram a respeito de um e de outro, entretanto, com um presente novo. Recebido em uma dessas agradáveis festas de 'amigo secreto' que, certamente, será revivida no próximo fim de ano.
Padrão Globo
Há 14 anos
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